segunda-feira, 2 de março de 2015

Estudo sobre Desobsessão - Comportamento do Médium diante do Serviço

O grupo espírita deve ser comparado a uma pequena família de afins espirituais, cuja finalidade é a de ajudar-se individual e coletivamente. Os nossos passos dentro do grupo deverão ser regidos pelo cuidado, meditação e comentários, para que obtenhamos melhor aproveitamento e desempenho nos trabalhos realizados.

É opinião dos espíritos da Casa que todos os médiuns aprendam a dar passes para melhor desenvolverem sua sensibilidade e criarem afinidade com os espíritos amigos e trabalhadores da Casa.

Cada médium deverá entrosar-se o máximo possível com o companheiro de serviço, procurar conhecê-lo nas mínimas ações e reações diante de uma situação, esforçando-se por lhe adivinhar os pensamentos.

O ambiente deverá estar sempre em vibração positiva por meio da oração constante que cada um fará em prol do alívio, compreensão e boa vontade do sofredor.

Devido a agitação e desequilíbrio existentes no espírito sofrido e da energia encontrada no médium de incorporação, difícil se torna por vezes, a este mesmo médium, conter o socorrido em suas gritarias, batidas na mesa e atos de revolta; nesse caso caberá ao auxiliar do doutrinador, o médium de incorporação com força e deixar que o espírito se esgote, para que mais sereno, ele, o espírito, possa receber os passes de refrigério que lhe serão aplicados pelo médium de apoio.

Em se tratando, porem, de espírito excessivamente agitado, enquanto o médium de apoio segura firme o médium de incorporação, o doutrinador deverá anular um pouco seus movimentos, fazendo uma ligeira pressão na nuca ou na parte superior do crânio do médium de incorporação, pontos especiais de intercâmbio entre o médium e o espírito. Essa medida só poderá ser tomada como recurso de caso extremo, onde a atitude do espírito, traga embaraços para o médium de incorporação.

A reunião de desobsessão por ser muito especial, requer ajuda por meio de irradiação de amor e tranquilidade vindas de todos os componentes, atuando como pilhas fluídicas em atendimentos aos socorridos.

A irradiação são emanações mentais, em ondas vibrantes de luz, paz e amor, derramadas como um bálsamo sobre todo o ambiente; para irradiarmos dessa forma, é preciso que façamos sempre exercícios de concentração a fim de podermos emitir a todos os irmãos menos afortunados, nossos pensamentos mais sublimados no intuito de amenizar-lhes as dores e sofrimentos.

É preciso que os participantes da reunião de desobsessão, tenham inteira confiança nos seus mentores, nos espíritos amigos e dirigentes da casa e nos seus companheiros de serviço, fazendo da convicção um ponto de apoio à afirmação do seu trabalho mediúnico.

O medo ou escrúpulo injustificado mantidos pelo médium de incorporação, além de prejudicar os trabalhos de assistência aos necessitados, serve de entrave ao aprimoramento dele próprio,a crisolando-o a indecisões que o levarão a irremediáveis erros futuros.

O silêncio é a medida preciosa que se toma para defender o equilíbrio vibratório do grupo, ajudando-o a uma concentração forte e segura como a de uma corrente de energia, a qual mantém seu circuito fechado vibrando uníssono e harmonioso ao redor de determinada área.

Outrossim, devemos levar em conta o quanto desagradável é, ver-se o irmão socorrido adotar essa posição de silêncio da qual na maioria das vezes o doutrinador desavisado se deixa envolver, perdendo tempo precioso que deveria ser empregado na doutrinação, esperando por sua vez que o espírito se manifeste. Nesse caso devemos contar com a ajuda do médium de apoio que virá em socorro do doutrinador fazendo uma prece a fim do mesmo reequilibrar-se despertando do seu envolvimento.

Podemos levar em conta, também, a participação do doutrinador que atento à todas as tarefas em execução, suprirá faltas como essas não deixando que se perca o trabalho, e nem se fuja a finalidade do mesmo.

Cabe ao doutrinador chamar atenção dos médiuns de incorporação no intuito de auxiliá-los quanto a maneira de conduzirem os trabalhos, alertando-os a uma mudança de gestos ou atitudes com a finalidade de maior rendimento dos serviços.

Todos os participantes deverão estar vigilantes a troca de mentores, tornando-se maleáveis aos mesmos, não criando embaraços para a condução dos trabalhos. As simples dúvidas surgidas sobre quem vai dirigir os trabalhos ou sobre qual o espírito presente, acarreta uma série de dificuldades aos serviços, pois a mente dispersa nesse sentido deixa de atuar com o grupo, é, pois, na observância desse ponto que os participantes devem se esforçar ao máximo para manterem a mente voltada ao trabalho mediúnico.

De cada um vai depender o máximo ou mínimo de aproveitamento dos serviços em que se desdobra a espiritualidade o grupo inteiramente harmonizado completará o trabalho começado, e sustentado pelos espíritos.

A harmonia do grupo só existirá quando houver simplicidade nos atos, humildade nas ações e amor fraterno em receber sem melindres, dos companheiros de trabalho, toda e qualquer observação no sentido de lhe ampliar os conhecimentos e elevar seu padrão mediúnico, explorando ao extremo as vantagens de que dispõe. É nesse esforço individual que o grupo deve manter-se coeso para desempenhar o tão com plicado serviço mediúnico de desobsessão.
Artigo retirado da Revista Estudos Espíritas - Out. a Dez de 2001 - Edições Léon Denis)

Nenhum comentário:

Postar um comentário